quarta-feira, 21 de novembro de 2012

EVOLUÇAO DA PSICOLOGIA

Inegavelmente toda produção humana tem a contribuição de inúmeros seres humanos, que , num tempo passado ,se questionaram ,realizaram descobertas ,inventaram técnicas e desenvolveram métodos para sistematização ,isto significa que por trás de qualquer produção material ou espiritual ,existe historia. Dessa forma a Psicologia também tem sua própria historia. No caso da psicologia, como ciência ,a historia é bem recente tem por volta de 130 anos. Em síntese queremos dizer que nada surge por acaso, pois tudo e produto de um processo histórico.

Na historia da psicologia ,duas vertentes da historia são importantes ,uma vertente é quando retomamos a historia grega, em um período anterior a era crista ;a outra e quando retomamos o desenvolvimento da modernidade que é ,efetivamente ,a fase responsável pelo surgimento da psicologia como ciência.
O mundo psicológico entre os gregos
Não havia psicologia na Grécia. Ela só vai surgir na Alemanha no final do século XIX .Assim retomemos a antiguidade para mostrarmos que a preocupação com a alma e a razão humanas já existia antes da era crista .com esses avanços permitiu-se que o ser humano se preocupasse com as coisas do espirito ,como a filosofia e a arte ,alguns homens com Platão e Aristóteles ,dedicaram-se a compreender em torno do homem e sua interioridade. os filósofos gregos foram os pioneiros na tentativa de sistematizar um pensamento sobre a interioridade humana. O próprio termo psicologia vem do grego psyche ,que significa alma ,e de logos que significa razão. Alma ou Espírito era visto Como Parte Imaterial do Ser Humano e Abarcaria o pensamento ,os sentimentos de amor e ódio ,a irracionalidade ,o desejo, a sensação e a percepção.
Os filósofos pré-socráticos,preocupavam-se em definir a relação do homem com o mundo por meio da percepção discutiam se o mundo existe porque o homem o vê ou se homem vê o mundo que já existe .havia uma oposição entre os idealistas ,para os quais a ideia forma o mundo e os materialistas para os quais a matéria que forma o mundo já e dada para a percepção .Mas é com Sócrates que as ideias sobre o mundo psicológico ganharam certa consistência. Sua principal preocupação era com o limite que separa o ser humano dos animais, dessa formas, postulava que a principal característica humana era a razão . O passo seguinte foi dado pelo filosofo Platão ,discípulo de Sócrates , que procurou definir um lugar para a razão em nosso próprio corpo.defeniu-se esse lugar como sendo a cabeça ,onde se encontrava a alma .A medula seria ,portanto ,o elemento de ligação da alma com o corpo. Esse elemento de ligação era necessário porque Platão concebia a alma separada do corpo quando alguém morria ,a matéria (o corpo)desaparecia ,mas a alma ficava livre para ocupar outro corpo.
Aristóteles, também discípulo de Platão ,foi um dos mais importantes pensadores da filosofia ,sua contribuição foi inovadora ao postular que a alma e corpo não podem ser dissociados .para Aristóteles ,a psyche seria o principio ativo da vida .tudo aquilo que cresce ,se reproduz e se alimenta possui a sua psyche ou alma . esse filosofo chegou a estudar as diferenças entre a razão, a percepção e as sensações .
Por tanto .2300 anos antes do advento da psicologia cientifica ,os gregos já haviam formulado duas teorias :a platônica ,que postulava a imortalidade da alma e a concebia separada do corpo ,e a aristotélica, que firmava a mortalidade da alma e sua relação de pertencimento ao corpo.

  • O MUNDO PISICOLOGICO NO IMPERIO ROMANO
Às vésperas da era cristã, surge um novo império que iria dominar
a Grécia : o Império Romano. Uma das principais características desse período é o aparecimento da principal religião da Idade Média. E falar de Psicologia nesse período é relacioná-la ao conhecimento religioso, já que, ao lado do poder econômico e político, a Igreja Católica também monopolizava o conhecimento e, consequentemente, o estudo do psiquismo. Nesse sentido, dois grandes filósofos representam esse período: Santo Agostinho e São Tomás de Aquino Santo Agostinho, inspirado em Platão, também fazia uma cisão entre alma e corpo. Entretanto, para ele, a alma não era somente a sede da razão, mas a prova de uma manifestação divina no homem. A alma era imortal por ser o elemento que liga o homem a Deus.
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São Tomás de Aquino viveu num período que prenunciava a ruptura da Igreja Católica, o aparecimento do protestantismo —. Essa crise econômica e social leva ao questionamento da Igreja e dos conhecimentos produzidos por ela. São Tomás de Aquino foi buscar em Aristóteles a distinção entre essência e existência. Porem ao contrário de Aristóteles, afirma que somente Deus seria capaz de reunir a essência e a existência, em termos de igualdade. Portanto, a busca de perfeição pelo homem seria a busca de Deus.

  • A PSICOLOGIA NO RENASCIMENTO

Pouco mais de 2 séculos após a morte de São Tomás de Aquino, tem início uma época de transformações radicais no mundo europeu. É o Renascimento. O mercantilismo leva à descoberta de novas terra. Dá-se, também, um processo de valorização do homem. As transformações ocorrem em todos os setores da atividade humana. Inclusive na ciência. Esse avanço na produção de conhecimentos propicia o início da sistematização do conhecimento científico. Neste período de transformações, René Descartes, um dos filósofos que mais contribuiu para o avanço da ciência, postula a separação entre mente (alma, espírito) e corpo, afirmando que o homem possui uma substância material e uma substância pensante, e que o corpo, desprovido do espírito, é apenas uma máquina. Esse dualismo mente-corpo torna possível o estudo do corpo humano morto, o que era impensável nos séculos anteriores (o corpo era considerado sagrado pela Igreja, por ser a sede da alma), e dessa da Anatomia e da Fisiologia, que iria contribuir em muito para o progresso da própria Psicologia.


  • A ORIGEM DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA

A psicologia como ciência ,ou seja, como conhecimento sistematizado e como referencia clara no mundo empírico, características do mundo moderno ,a crença na ciência como forma de conhecer o mundo e dar respostas e soluções para os problemas da vida humana.
No século 19, destaca-se o papel da ciência no crescimento da nova ordem social, o capitalismo trazendo consigo o processo de industrialização, para o qual a ciência
deveria dar respostas e soluções práticas no campo da técnica para uma melhor compreensão, O capitalismo pôs esse mundo em movimento, com a necessidade de questionar as hierarquias há tantos séculos estabilizados. O universo também foi posto em movimento. O Sol tornou-se o centro do universo. O homem, por sua vez, deixou de ser o centro do universo
(antropocentrismo), passando a ser concebido como um ser livre, capaz
de construir seu futuro, O conhecimento tornou-se independente da fé. Os dogmas da Igreja foram questionados. O mundo se moveu. A racionalidade do homem enfim apareceu.
A burguesia, que disputava o poder e surgia como nova classe
social e econômica, defendia a emancipação do homem.
Nesse período, surgem homens como Hegel, que demonstra a importância da História para a compreensão do homem, e Darwin, que enterra o antropocentrismo com sua tese evolucionista. A ciência avança tanto, que se torna um referencial para a visão de mundo. A partir dessa época, a noção de verdade passa, necessariamente, a contar com o aval da ciência. A própria Filosofia adapta-se aos novos tempos, com o surgimento do Positivismo de Augusto Comte, que postulava a necessidade de maior rigor científico na construção dos conhecimentos nas ciências humanas. Desta forma, propunha o método da ciência natural, a Física, como modelo de construção de conhecimento É em meados do século 19 que os problemas e temas da Psicologia, até então estudados exclusivamente pelos filósofos, passam
a ser, também, investigados pela Fisiologia e pela Neurofisiologia em particular. Os avanços que atingiram também essa área levaram à formulação de teorias sobre o sistema nervoso central, demonstrando que o pensamento, as percepções e os sentimentos humanos eram produtos desse sistema. É preciso lembrar que esse mundo capitalista trouxe consigo a Máquina, criação fantástica do homem! E foi tão fantástica que passou a determinar a forma de ver o mundo Para se conhecer o psiquismo humano passa a ser necessário compreender os mecanismos e o funcionamento da máquina de pensar do homem — seu cérebro. Assim, a Psicologia começa a trilhar os caminhos da Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia.
Algumas descobertas são extremamente relevantes para a Psicologia. Por exemplo, por volta de 1846, a Neurologia descobre que a doença mental é fruto da ação direta ou indireta de diversos fatores sobre as células cerebrais. A Neuroanatomia descobre que a atividade motora nem sempre está ligada à consciência, por não estar necessariamente na
dependência dos centros cerebrais superiores Esse fenômeno chama-se reflexo, e o estímulo que chega à medula espinhal, antes de chegar aos centros cerebrais superiores. O caminho natural que os fisiologistas da época seguiam, quando passavam a se interessar pelo fenômeno psicológico enquanto estudo científico, era a Psicofísica. Estudavam, por exemplo, a fisiologia do olho e a percepção das cores. As cores eram estudadas como fenômeno
da Física, e a percepção, como fenômeno da Psicologia. Por volta de 1860, temos a formulação de uma importante lei no campo da Psicofísica. É a Lei de Fechner-Weber, que estabelece a relação entre estímulo e sensação, permitindo a sua mensuração.
Segundo Fechner e Weber, a percepção aumenta em progressão aritmética, enquanto o estímulo varia em progressão geométrica. Essa lei teve muita importância na história da Psicologia porque instaurou a possibilidade de medida do fenômeno psicológico, o que até
então era considerado impossível. Outra contribuição muito importante nesses primórdios da
Psicologia científica é a de Wilhelm Wundt (1832-1926). Wundt cria na Universidade de Leipzig, na Alemanha, o primeiro laboratório para realizar experimentos na área de Psicofisiologia. Por esse fato e por sua extensa produção teórica na área, ele é considerado o pai da Psicologia moderna ou científica(foi ele o criador do paralelismo psicofísico e do método interseccionismo). Ou seja a especialização dos métodos psicológicos sofrem grandes avanços quebrando as barreiras sociais de forma a desenvolver cada vez mais ,quebrando os paradigmas de sua época.
  • A EXPERIÊNCIA DA SUBJETIVIDADE
Os grupos sociais, muitas vezes, pensam a sua existência de maneiras diferentes. Hoje, a vida privada tem uma importância maior para a sociedade quando comparada aos tempos feudais,esta valorização ocorre devido ao desenvolvimento capitalista que ocuparam o espaço das formas medievais. Este processo tornou os seres humanos isolados e livres, fazendo-os serem tratados como consumidor e produtor individual e livre para vender sua força de trabalho, ao mesmo tempo em que o homem passa a ser visto como ativo,capaz de construir sua identidade e trajetória de vida e de pensar e sentir sua experiência como subjetividade individualizada.
Ainda que hoje seja comum o ser humano sentir-se único e inconfundível, esse pensamento nem sempre foi presente e que, em ainda podem existir pessoas que podem não se sentir dessa forma, portanto, a ideia, presença e sentimento de “eu” fazem parte da modernidade,esta individualidade fez-se presente  principalmente quando o homem passou a ser identificado pelo seu nome e a tornar alguns espaços íntimos e individuais. É importante ressaltar que a Psicologia também é uma construção advinda da modernidade.
A falência do mundo medieval e a abertura do ocidente ao restante do mundo fortaleceram as formas capitalistas, pois o homem europeu encontrou-se em uma situação de desamparo, pois paradigmas,sansões e demarcações  impostas pela Igreja Católica foram movimentadas pelo capitalismo e a forma de ser e agir passou a depender de cada individuo,fazendo com o que esse sistema torna-se forma dominante de produção de vida,influenciando as pessoas a se esforçarem para mudar de lugar social. Nesse momento as verdades deixaram de ser unicamente da Igreja e novas formas de pensamento foram colocadas, inclusive fragilizando as “verdades” Católicas; O corpo e a natureza poderiam ser explorados devido a perda de caráter sagrado dos mesmos,novas formas de captar o mundo e diversificações surgiram,multiplicando-se e dando ao homem a possibilidade de escolher,fortalecendo-se,assim, a idéia e vivência de subjetividade.
O filósofo Descartes pode ser considerado o inaugurador da modernidade, seus pensamentos baseavam-se na valorização da razão, na ideia de ser singular e de que a representação do mundo é interna. Respectivamente, essas três certezas equivalem, respectivamente ao racionalismo, individualismo e experiência subjetiva, estas são características da modernidade.
A subjetividade humana entra em crise quando o homem percebe que pode não conhecer ou pensar em tudo, isso os obrigou a buscar uma verdade individual que,por sua vez,causava conflitos e demonstrava que a liberdade de pensamento não se realizou  dessa maneira. O ser humano, por sua vez, passou a produzir formas de pressão e controle para garantir a continuidade da sociedade. A psicologia teve seu surgimento no século XIX e foi criada para produzir visibilidade e estudar a experiência subjetiva,ela é produto das dúvidas do homem moderno e é constituída por pensamentos vindos da Filosofia e Fisiologia.
  • VOLTANDO A WUNDT
A Alemanha foi o berço da Psicologia científica, e entre seus maiores estudiosos estavam:  Wundt, Weber ,Fechner, Edward B e William James. À medida que se libertava da Filosofia, a Psicologia adquiria o status de ciência e começou a atrair estudiosos e pesquisadores que passaram a definir o seu objeto de estudo, delimitar o seu campo, formular métodos para estudar esse objeto e formular teorias como um corpo consistente de conhecimentos na área (baseando-se nos novos padrões de conhecimento). Essas teorias deveriam buscar a neutralidade do conhecimento científico, tendo seus dados comprovados e conhecimento cumulativo, servindo de ponto de partida pra outros experimentos e pesquisas na área. As primeiras abordagens ou escolas de Psicologia surgiram nos EUA e nelas surgiram muitas teorias que existem até hoje. Entre essas abordagens estão o Funcionalismo(William James),Estruturialismo (Edward Titchener)e o Associacionismo (Edward Thorndike)


  • O FUNCIONALISMO
Para a escola funcionalista de W. James,importa responder “o que fazem os homens” e “por que o fazem”. Para encontrar essas respostas ele elege a consciência como  o centro de suas preocupações de busca a compreensão de seu funcionamento,na medida em que a usa para adaptar-se ao meio.
  • O ESTRUTURALISMO
Essa abordagem preocupa-se com a compreensão do mesmo fenômeno que o Funcionalismo : a consciência. Contudo,seu estudo é feito com base em seu aspectos estruturais,ou seja,os estados elementares da consciência como sistema nervoso central. O introspeccionismo e os conhecimentos psicológicos produzidos a partir do laboratório são os métodos de observação que foram utilizados por Wundt e Titchener,os principais responsáveis pela escola.
  • O ASSOCIACIONISMO
Seu principal represente é Edward Thorndike e sua produção de conhecimento pautava-se por uma visão de utilidade desse conhecimento,muito mais do que por questões filosóficas que perpassam a Psicologia. O termo associacionismo origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação de ideias ( das mais simples para as mais complexas). Thorndike formulou a lei de Efeito que seria de grande utilidade para a Psicologia Comportamentalista. De acordo com essa lei,todo comportamento de um organismo vivo tende a se repetir,se nós recompesarmos o organismo assim que ele emitir o comportamento. Por outro lado,o comportamento tenderá a não acontecer,se o organismo for castigado após sua ocorrência.
  • MÉTODO OBJETIVO E CIENTÍFICO
A concepção de ciência moderna deparou-se com questões conflituosas quando foi percebido que o conhecimento a ser produzido sobre os humanos seria realizado,também,por seres humanos. Para garantir que a Psicologia pudesse ser um conhecimento objetivo sobre a subjetividade foi utilizado um método objetivo e empírico que levasse á sistematização cuidadosa do que se observou garantiria a possibilidade de replicação e,portanto,de verificação,chegando,assim, á verdade científica. Essa experiência causou uma cisão no mundo,colocando de um lado a subjetividade e do outro a objetividade. Ambas passaram a estar em campos separados,permanecendo na ciência e na Psicologia até o século XX,a partir daí tentativas de superar essa dicotomia foram feitas através de um novo método científico : o materialismo histórico e dialético. Esse método uniu subjetividade e objetividade,entendendo a realidade como em permanente movimento,caracterizado pelos pressupostos materialistas. A concepção dialética é a base do movimento de transformação constante da realidade e a concepção histórica é o mundo se construindo em movimento,podendo ser conhecido através de suas tranformações.
A psicologia desenvolve,construindo teorias baseadas no pensamento dicotômico,vão escolher este ou aquele aspecto,ou seja,vamos encontrar teorias que vão privilegias a objetividade humana ou a sua subjetividade. Outras teorias vão conviver com essas,na procura de estudar o ser humano,objetividade e subjetividade surgem como diferentes âmbitos de um mesmo processo,sendo assim,é a dimensão subjetiva da realidade o objeto que unifica as diversas teorias do campo da psicologia.

PSICANÁLISE



Sigmund Freud ,o fundador da psicanálise na passagem do século XIX para o século XX ,afirmava que ao construir sua teoria ele não pretendia formar convicções ,mas estimular o pensamento e derrubar os preconceitos.
As teorias científicas surgem influenciadas pelas condições da vida social, nos seus aspectos econômicos, políticos, culturais. São produtos históricos criados pelos homens, que vivem o seu tempo e contribuem ou alteram, radicalmente, o desenvolvimento do conhecimento.
Sigmund Freud (1856-1939) foi um médico vienense que alterou, radicalmente, o modo de pensar a vida psíquica. Freud ousou colocar as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a interioridade do homem, como objetos do estudo científicos. A investigação sistemática desses problemas levou Freud a criar a Psicanálise. O termo psicanálise é usado para se referir a uma teoria, a um método de investigação e a uma prática profissional. Enquanto teoria, caracteriza-se por um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. Freud publicou uma extensa obra, durante toda a sua vida, relatando suas descobertas e formulando leis gerais sobre a estrutura e o funcionamento da psique humana. A Psicanálise, enquanto método de investigação, caracteriza-se pelo método interpretativo, que busca o significado oculto daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres, os atos falhos. A prática profissional refere-se à forma de tratamento — a Análise — que busca o autoconhecimento ou a cura, que ocorre através desse autoconhecimento.
Atualmente, o exercício da Psicanálise ocorre de muitas formas. Usada como base para psicoterapias, aconselhamento, orientação. A Psicanálise também é um instrumento importante para a análise e compreensão de fenômenos sociais relevantes: as novas formas de sofrimento psíquico, o excesso de individualismo no mundo contemporâneo, a exacerbação da violência dentre outros temas relevantes a vida moderna.
Compreender a Psicanálise significa percorrer novamente o trajeto pessoal de Freud, desde a origem dessa ciência e durante grande parte de seu desenvolvimento. A relação entre autor e obra torna-se mais significativa quando descobrimos que grande parte de sua produção foi baseada em experiências pessoais, transcritas com rigor em várias de suas obras, como A interpretação dos sonhos e A psicopatologia da vida cotidiana, dentre outras.
Compreender a Psicanálise significa, também, percorrer, no nível pessoal, a experiência inaugural de Freud e buscar “descobrir” as regiões obscuras da vida psíquica, vencendo as resistências interiores, pois se foi realizada por Freud, não e uma aquisição definitiva da humanidade ,mas tem que ser realizada de novo por cada paciente e por cada psicanalista aplicando assim as teorias ao casos concretos ou seja seu principal objetivo e o de descobrir seu propósito no inconsciente do ser, suas necessidades, complexos, traumas e tudo que perturbe seu equilíbrio emocional, sendo o psicanalista nada mais do que um interprete das necessidades humanas.
  • A GESTAÇÃO DA PSICANÁLISE
Freud formou-se em Medicina na Universidade de Viena, em 1881, e especializou-se em Psiquiatria. Trabalhou algum tempo em um laboratório de Fisiologia e deu aulas de Neuropatologia no instituto onde trabalhava. Por dificuldades financeiras, não pôde dedicar-se integralmente à vida acadêmica e de pesquisador. Começou, então, a clinicar, atendendo pessoas acometidas de “problemas nervosos”. Obteve, ao final da residência médica, uma bolsa de estudo para Paris, onde trabalhou com Jean Charcot, psiquiatra francês que tratava as histerias com hipnose. Em 1886, retornou a Viena e voltou a clinicar, e seu principal instrumento de trabalho na eliminação dos sintomas dos distúrbios nervosos passou a ser a sugestão hipnótica .
Em Viena, o contato de Freud com Josef Breuer, médico e cientista, também foi importante para a continuidade das investigações. Nesse sentido, o caso de uma paciente de Breuer foi significativo. Ana O. apresentava um conjunto de sintomas que a fazia sofrer: paralisia com contratura muscular, inibições e dificuldades de pensamento. Esses sintomas tiveram origem na época em que ela cuidara do pai enfermo. No período em que cumprira essa tarefa, ela havia tido pensamentos e afetos que se referiam a um desejo de que o pai morresse. Estas idéias e sentimentos foram reprimidos e substituídos pelos sintomas.
Em seu estado de vigília, Ana O. não era capaz de indicar a origem de seus sintomas, mas, sob o efeito da hipnose, relatava a origem de cada um deles, que estavam ligados a vivências anteriores da paciente, relacionadas com o episódio da doença do pai. Com a rememoração destas cenas e vivências, os sintomas desapareciam. Este desaparecimento não ocorria de forma “mágica”, mas devido à liberação das reações emotivas associadas ao evento traumático — a doença do pai, o desejo inconsciente da morte do pai enfermo.
Breuer denominou método catártico o tratamento que possibilita a liberação de afetos e emoções ligadas a acontecimentos traumáticos que não puderam ser expressos na ocasião da vivência desagradável ou dolorosa. Esta liberação de afetos leva à eliminação dos sintomas. Freud, em sua Autobiografia, afirma que desde o início de sua prática médica usara a hipnose, não só com objetivos de sugestão, mas também para obter a história da origem dos sintomas.
Freud, em sua Autobiografia, afirma que desde o início de sua prática médica usara a hipnose, não só com objetivos de sugestão, mas também para obter a história da origem dos sintomas. Posteriormente, passou a utilizar o método catártico e, aos poucos ,foi se modificando a técnica de breuer :abandonou a hipnose ,porque nem todos os pacientes se prestavam a ser hipnotizados ;desenvolveu a técnica de concentração ,na qual a rememoração sistemática era feita por meio da conservação normal. E por fim ,acatando a sugestão (de uma jovem) anônima ,abandonou as perguntas –e com elas a direção da sessão –para se confiar por completo a fala desordenada do paciente .
A descoberta do consciente
“Qual poderia ser a causa de os pacientes esquecerem tantos
fatos de sua vida interior e exterior...?”, perguntava-se Freud.
O esquecido era sempre algo penoso para o indivíduo, e era
exatamente por isso que havia sido esquecido e o penoso não
significava, necessariamente, sempre algo ruim, mas podia se referir a
algo bom que se perdera ou que fora intensamente desejado. Quando Freud abandonou as perguntas no trabalho terapêutico com os pacientes e os deixou dar livre curso às suas ideias, observou que, muitas vezes ,eles ficavam embaraçados, envergonhados com algumas ideias ou imagens que lhes ocorriam. A esta força psíquica que se opunha a tornar consciente, a revelar um pensamento, Freud denominou resistência. E chamou de repressão o processo psíquico que visa encobrir, fazer desaparecer da consciência, uma ideia ou representação insuportável e dolorosa que está na origem do sintoma. Estes conteúdos psíquicos “localizam-se” no inconsciente.
Tais descobertas
``(...) constituíram a base principal da compreensão das neuroses e impuseram uma modificação do trabalho terapêutico. Seu objetivo(...) era descobrir as repressões e suprimi-las através do juízo que aceitasse ou condenasse definitivamente o excluído pela repressão .considerando este novo estado de coisas ,Dei ao método de investigação e cura resultante o nome de psicanálise em substituição ao de catártico´´.
  • A ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO
Em 1900, no livro A interpretação dos sonhos, Freud apresenta a
primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento da
personalidade. Essa teoria refere-se à existência de três sistemas ou
instâncias psíquicas: inconsciente, pré-consciente e consciente.
• O inconsciente exprime o “conjunto dos conteúdos não presentes no
campo atual da consciência”7. É constituído por conteúdos reprimidos,
que não têm acesso aos sistemas pré-consciente/consciente, pela ação
de censuras internas. Estes conteúdos podem ter sido conscientes, em algum momento, e ter sido reprimidos, isto é, “foram” para o inconsciente, ou podem ser genuinamente inconscientes. O inconsciente é um sistema do aparelho psíquico regido por leis próprias de funcionamento. Por exemplo, é atemporal, não existem as noções
de passado e presente.
• O pré-consciente refere-se ao sistema onde permanecem
aqueles conteúdos acessíveis à consciência. É aquilo que não está na
consciência, neste momento, e no momento seguinte pode estar.
• O consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao
mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do mundo interior.
Na consciência, destaca-se o fenômeno da percepção, principalmente a
percepção do mundo exterior, a atenção, o raciocínio.
  • A DESCOBERTA DA SEXUALIDADE INFANTIL
Freud, em suas investigações dentro da prática clínica sobre as causas e o funcionamento das neuroses, descobriu que a maioria de pensamento se desejos reprimidos referiam-se a conflitos de ordem sexual, observados nos primeiros anos de vida dos indivíduos, isto é, que na vida infantil estavam as experiências de caráter traumático, reprimidas, que se configuravam como origem dos sintomas atuais, e confirmava-se, desta
forma, que as ocorrências deste período da vida deixam marcas
profundas na estruturação do ser. As descobertas colocam a
sexualidade no centro da vida psíquica, e é postulada a existência da
sexualidade infantil. Estas afirmações tiveram profundas repercussões na
sociedade conservadora da época, pela concepção vigente da infância como “inocente”.
Os principais aspectos destas descobertas são:
• A função sexual existe desde o princípio da vida, logo após o
nascimento, e não só a partir da puberdade como afirmavam as idéias
dominantes.
• O período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até
chegar à sexualidade adulta, onde as funções de reprodução e de
obtenção do prazer podem estar associadas, tanto no homem como na
mulher. Esta afirmação contrariava as idéias predominantes de que o
sexo estava associado, exclusivamente, à reprodução.
• A libido, nas palavras de Freud, é “a energia dos instintos sexuais e só
deles” No processo de desenvolvimento psicossexual, o indivíduo, nos primeiros tempos de vida, tem a função sexual ligada à sobrevivência, e, portanto, o prazer é encontrado no próprio corpo. O corpo é erotizado, isto é, as excitações sexuais estão localizadas em partes do corpo, e há
um desenvolvimento progressivo que levou Freud a postular as fases do
desenvolvimento sexual em: fase oral (a zona de erotização é a boca), fase anal (a zona de erotização é o ânus), fase fálica (a
zona de erotização é o órgão sexual); em
seguida vem um período de latência, que
se prolonga até a puberdade e se caracteriza por uma diminuição das
atividades sexuais, isto é, há um “intervalo” na evolução da sexualidade.
E, finalmente, na puberdade é atingida a última fase, isto é, a fase
genital, quando o objeto de erotização ou de desejo não está mais no
próprio corpo, mas era um objeto externo ao indivíduo — o outro. Alguns
autores denominam este período exclusivamente como genital, incluindo
o período fálico nas organizações pré-genitais, enquanto outros autores
denominam o período fálico de organização genital infantil.
No decorrer dessas fases, vários processos e ocorrências
sucedem-se. Desses eventos, destaca-se o complexo de Édipo, pois é
em torno dele que ocorre a estruturação da personalidade do indivíduo.
Acontece entre 3 e 5 anos, durante a fase fálica. No complexo de Édipo,
a mãe é o objeto de desejo do menino, e o pai é o rival que impede seu
acesso ao objeto desejado. Ele procura então ser o pai para “ter” a mãe,
escolhendo-o como modelo de comportamento, passando a internalizar
as regras e as normas sociais representadas e impostas pela autoridade
paterna. Posteriormente, por medo da perda do amor do pai, “desiste” da
mãe, isto é, a mãe é “trocada” pela riqueza do mundo social e
cultural, e o garoto pode, então, participar do mundo social, pois tem
suas regras básicas internalizadas através da identificação com o pai.
Este processo também ocorre cora as meninas, sendo invertidas as
figuras de desejo e de identificação. Freud fala em Édipo feminino.
  • EXPLICANDO ALGUNS CONCEITOS
é necessário esclarecer alguns conceitos que
permitem compreender os dados e informações colocados até aqui, de
um modo dinâmico e sem considerá-los processos mecânicos
. Além disso, estes aspectos também são postulações
de Freud, e seu conhecimento é fundamental para se compreender a
continuidade do desenvolvimento de sua teoria.
1. No processo terapêutico e de postulação teórica, Freud, inicialmente,
entendia que todas as cenas relatadas pelos pacientes tinham de fato
ocorrido. Posteriormente, descobriu que poderiam ter sido imaginadas,
mas com a mesma força e consequências de uma situação real.
Aquilo que, para o indivíduo, assume valor de realidade é a realidade
psíquica. E é isso o que importa, mesmo que não corresponda à
realidade objetiva.
2. O funcionamento psíquico é concebido a partir de três pontos de vista:
o econômico (existe uma quantidade de energia que “alimenta” os
processos psíquicos), o tópico (o aparelho psíquico é constituído de
um número de sistemas que são diferenciados quanto a sua natureza
e modo de funcionamento, o que permite considerá-lo como “lugar”
psíquico) e o dinâmico (no interior do psiquismo existem forças que
entram em conflito e estão, permanentemente, ativas. A origem
dessas forças é a pulsão). Compreender os processos e fenômenos
psíquicos é considerar os três pontos de vista simultaneamente.
3. A pulsão refere-se a um estado de tensão que busca, através de um
objeto, a supressão deste estado. Eros é a pulsão de vida e abrange
as pulsões sexuais e as de auto conservação. Tanatos é a pulsão de
morte, pode ser autodestrutiva ou estar dirigida para fora e se
manifestar como pulsão agressiva ou destrutiva.
4. Sintoma, na teoria psicanalítica, é uma produção — quer seja um
comportamento, quer seja um pensamento — resultante de um conflito
psíquico entre o desejo e os mecanismos de defesa. O sintoma, ao
mesmo tempo que sinaliza, busca encobrir um conflito, substituir a
satisfação do desejo. Ele é ou pode ser o ponto de partida da
investigação psicanalítica na tentativa de descobrir os processos psíquicos encobertos que determinam sua formação.
  • A SEGUNDA TEORIA DO APARELHO PSÍQUICO
Ela introduzio os conceitos de id, ego e superego para se referir aos três sistemas de personalidade.
ID: Constitui o reservatório da energia psíquica e onde se localizam as pulsões: a vida e a morte. As características tribuídas ao sistema incosciente. É regido pelo princípio do prazer.
EGO: o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as ordens do superego. A verdadeira personalidade, que decide se acata as decisões do Id ou do superego.
SUPEREGO: Origina-se com o complexo de Étipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. É algo além do ego que fica sempre te censurando e dizendo: Isso não está certo, não faça aquilo, não faça isso, ou seja, aquela que dói quando prejudicamos alguém, é o nosso "freio".
SENTIMENTO DECULPA: O indivíduo sente-se culpado por alguma coisa errada que fez ou que não fez e que desejou ter feito. Alguma coisa considerada mápelo ego, mas não necessariamente perigosa ou prejudicfial.
  •  MECANISMOS DE DEFESA
São vários os mecanismos que o indivíduo pode usar para realizar essa deformação de realidade. São processos inconscientes realizados pelo ego, isso é, ocorrem independente da vontade do indivíduo. Ex.: Recalque, Formação reativa, regressão, projeção, racionalização.
  • APLICAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
característica essencial do trabalho psicanalítico é o deciframento do inconsciente e a integração de seus conteúdos na consciência. Isto porque são estes conteúdos desconhecidos e inconscientes que determinam, em grande parte, a conduta dos homens e dos grupos — as dificuldades para viver, o mal-estar, o sofrimento. A finalidade deste trabalho investigativo é o autoconhecimento, que possibilita lidar com o sofrimento, criar mecanismos de superação das dificuldades, dos conflitos e dos submetimentos em direção a uma produção humana mais autônoma, criativa e gratificante de cada indivíduo, dos grupos, das instituições.
Nesta tarefa, muitas vezes bastante desejada pelo paciente, é necessário que o psicanalista ajude a desmontar, pacientemente, as resistências inconscientes que obstaculizam a passagem dos conteúdos inconscientes para a consciência.
A representação social (a idéia) da Psicanálise ainda é bastante estereotipada em nosso meio. Associamos a Psicanálise com o divã, com o trabalho de consultório excessivamente longo e só possível para as pessoas de alto poder aquisitivo. Esta idéia correspondeu, durante muito tempo, à prática nesta área que se restringia, exclusivamente, ao consultório.
Atualmente, e inclusive no Brasil, os psicanalistas estão debatendo o alcance social da prática clínica visando torná-la acessível a amplos setores da sociedade. Eles também estão voltados para a pesquisa e produção de conhecimentos que possam ser úteis na compreensão de fenômenos sociais graves, como o aumento do envolvimento do adolescente com a criminalidade, o surgimento de novas (antigas?) formas de sofrimento produzidas pelo modo de existência no mundo contemporâneo — as drogadições, a anorexia, a síndrome do pânico, a excessiva medicalização do sofrimento, a sexualização da infância. Enfim, eles procuram compreender os novos modos de subjetivação e de existir, as novas expressões que o sofrimento psíquico assume. A partir desta compreensão e de suas observações, os psicanalistas tentam criar modalidades de intervenção no social que visam superar o mal-estar na civilização.
O método psicanalítico usado para desvendar o real, compreender o sintoma individual ou social suas determinações, é o interpretativo. No caso da análise individual, o material de trabalho do analista são os sonhos, as associações livres, os atos falhos (os esquecimentos, as substituições de palavras etc.). Em cada um desses caminhos de acesso ao inconsciente, o que vale é a história pessoal. Cada palavra, cada símbolo tem um significado particular para cada indivíduo, o qual só pode ser apreendido a partir de sua história, que é absolutamente única e singular.

 FREUD ALÉM DA ALMA
O filme ''Freud Além da Alma” se fala que durante um sonho, Freud descobriu seu complexo de Édipo e assim passou a fazer sua auto-análise.
Freud continua tratando da paciente Cecily, antes paciente de Breuer. Abolindo o método hipnótico por opção da própria paciente, Freud a leva a muitas lembranças através da livre associação, em estado plenamente consciente. Cecily fala de seus sonhos e fatos da sua vida, e Freud desvendando, certifica-se que pode chegar ao inconsciente mesmo com o paciente em estado consciente. 

Mais tarde Freud lembra que havia escrito uma vez: "...o falso é às vezes a verdade de cabeça para baixo". Descobre que no universo da fantasia pode estar a realidade. Quando a jovem Cecily dizia que o pai a molestou, na verdade ela queria possuir seu próprio pai. Uma fantasia transportada para a fase adulta, que não sendo trabalhada, tornou-se um recalque. Freud muda sua teoria, chegando a conclusão que a criança também tem seus instintos sexuais desde quando nasce, suprindo suas necessidades alimentares com o leite materno e satisfação de sua sexualidade em sugar o seio da "mãe". Sua mãe ou quem cumpre essa função, é o seu primeiro objeto de desejo.

O BEHAVIORISMO






O Behaviorismo é o estudo análise do comportamento. Os behavioristas foram os primeiros da ciência do Comportamento estudar e observar os critérios de objetividade, que foram critérios muito importantes para o avanço da Psicologia e para que ele enfim, alcançasse o status de ciência, deixando um pouco de lado a tradição da filosofia. Watson foi o ‘’iniciador’’ desse pensamento.
Apesar do ‘’comportamento’’ ser o objeto da Psicologia, o Behaviorismo vem modificando o sentido desse termo, não o tendo como uma ação isolada de um sujeito e sim como suas atitudes perante a sociedade e o ambiente em que vive.
As formas de interação que o organismo faz as variáveis ambientais que interagem com o sujeito foram chamadas de ‘‘resposta’’ e ‘‘estímulo’’ por razões metodológica e histórica.
Razão metodológica: Analistas experimentais do comportamento tomaram como modo preferencial de investigação o método experimental e analítico. Logo, dividiram o objeto de investigação, chegando a unidades de análise.
Razão histórica: Termos escolhidos e popularizados que foram mantidos posteriormente por outros estudiosos do comportamento, devido ao seu uso generalizado.
A Análise experimental do comportamento
Depois de Watson, B. F. Skinner foi o mais importante dos behavioristas. O pensamento dele tem influenciado muitos psicólogos de vários países onde a psicologia tem penetração, como no Brasil. Essa linha de estudo ficou conhecida como Behaviorismo Radical, termo usado por Skinner, em 1945, para designar uma filosofia da Ciência do Comportamento por meio de análise experimental do comportamento.
O Comportamento respondente
O comportamento, reflexo ou respondente é o involuntário. Independem de aprendizagem. Ex.: Salivação provocada por uma gota de limão ou lágrimas que escorrem quando cortamos cebola. 
O Comportamento operante
Conjunto de atividades humanas, desde um bebe agarrar um objeto até os mais sofisticados apresentados pelo adulto. Ex.: Tocar um instrumento, chamar um taxi com um gesto de mão.
Leis comportamentais para Skinner, elas verificam como as variações interferem nos comportamentos. Ex.: Ratos de laboratório que são estudados de acordo com estímulos dos profissionais.

Eventos Consequentes – Reforçamento e punição
Ao depender das consequências que produzem no meio ambiente, as ações são mantidas ou não.
Consequências reforçadoras: quando aumentam a frequência de emissão de respostas
Consequências punidoras ou aversivas: diminuem a frequência das respostas que as produziram.
Reforço é toda consequência que, diante uma resposta, altera a probabilidade futura de ocorrência da resposta. Pode ser positivo ou negativo
Reforço Positivo: Aumenta a probabilidade futura da resposta que o produz.
Reforço negativo: Aumenta a probabilidade futura da resposta que o remove ou atenua.
No reforço negativo há a esquiva e a fuga. Esquiva: Processo em que os estímulos aversivos condicionados e incondicionados estão separados por um intervalo de tempo apreciável, permitindo que o indivíduo execute um comportamento que previna a ocorrência a magnitude do segundo estímulo.
Fuga: O comportamento reforçado é daquele que termina com um aversivo já em andamento.
A diferença entre os dois é sutil: A esquiva evita o segundo do estímulo antes que ele aconteça. A fuga é o estimulo que já aconteceu.
  • Outros processos formulados pela análise Experimental do Compotamento
 Extinção: Procedimento no qual uma resposta deixa de ser reforçada rapidamente! Com isso, a resposta perderá a força e pode deixar de ser emitida, dependendo do valor e do esforço envolvido.
Ex.: Se a pessoa na qual estamos interessados deixa de nos olhar e passa a nos ignorar, esse interesse passa a desaparecer.
Punição: Também envolve a consequência de uma resposta, quando há a apresentação de um estímilo aversivo ou a remoção de reforçador positivo presente.
Ex.: Obrigava-se o aluno a ajoelhar no milho, a fazer cópias de um mesmo texto várias vezes, receber ‘’reguadas’’, a ficar isolado etc. Tudo isso se não agisse de maneira adequada na sala de aula.
  • Controle de estímulos
 ‘’Se o motorista para ou acelera o ônibus no cruzamento de ruas onde há semáforo que ora está verde, ora vermelho, sabemos que o comportamento de dirigir está sob controle de estímulos.’’
Discriminação: Quando uma resposta mantem-se na presença de um estímulo, mas sofre certo grau de extinção na presença de outro. Assim, esperamos que para o motorista, o sinal tenha sem tornado um estímulo discriminativo para a emissão do comportamento de parar.
Generalização: Um estímulo adquire controle sobre uma resposta  devido ao reforço na presença de um estímulo parecido, mas diferente. Se fossem rosa e vermelho as cores do semáforo, correríamos o risco de os motoristas acelerarem seus veículos no semáforo vermelho, pois poderiam se confundir os estímulos. Coisa que não acontece com o semáforo real, por que verde e vermelho são cores muito distintas.
  •  Behaviorismo: Sua aplicação
Sua aplicação tem sido através da educação e em outras áreas também tem recebido a contribuição de técnicas e conceitos desenvolvidos pelo behaviorismo, como a treinamento e entrevistas de empresas, clinicas psicológicas, trabalho educativo de crianças com necessidades especiais, publicidades, entre outras.

  • LARANJA MECÂNICA
O filme Laranja Mecânica (A Clockwork Orange) se passa numa sociedade futurística e metafórica na qual percebemos haver várias desordens sociais. Segundo Émile Durkheim, a desordem social deve ser tratada como uma patologia para que não afete a sociedade como um todo. No filme, percebemos instituições como a Família, o Sistema Penitenciário, o Governo e a Polícia como possuidores de inúmeros conflitos que prejudicam o bom funcionamento holístico da sociedade.

O filme conta a história de Alex de Large, um jovem que não estuda, não trabalha e que, juntamente com a sua gang de criminosos, pratica assaltos, estupros e assassinatos. Durkheim parte do princípio de que o homem deixa de ser um simples animal selvagem quando aprende hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver em sociedade.

Alex não aprende a viver de acordo com as normas sociais por ser fruto de uma sociedade doente. Juntamente com o seu bando, Alex pratica uma série de crimes e certa vez é preso e condenado a 14 anos de prisão.

O Estado, numa tentativa de mostrar-se ainda eficaz, lança o método Ludovico que consiste na recuperação de presos para que retornem ao convívio social. A técnica baseia no behaviorismo, um campo da psicologia que afirma, segundo John B. Watson, que o comportamento é condicionado através do estímulo/ resposta, principalmente quando o indivíduo sofre alterações no sintema glandular e locomotor.

Em Laranja Mecânica, Alex é submetido a sessões de tortura que, graças a uma substância que lhe é injetada, o fazem vomitar quando este assiste a cenas de sexo e de violência extrema. As sessões de tortura são repetidas inúmeras vezes até que o organismo de Alex não mais necessite da substância e reaja com náuseas automaticamente quando assiste às cenas.

Tal experimento assemelha-se ao realizado por Ivan Petrovich Pavlov com um cãozinho. Quando avistava a comida, o cachorrinho respondia salivando. Pavlov passou a tocar uma sineta toda vez que alimentava o animal. Depois de determinado tempo, o animal salivava apenas ao ouvir a sineta.

No filme, o Estado faz uma demonstração pública afim de informar à sociedade a eficácia do método utilizado para restabelecer o convío social dos criminosos. Alex ganha, então, a liberdade. Ele retorna para a mesma sociedade patologicamente deficiente de antes.

Émile Durkheim e John B. Watson defendiam a ideia de que o homem era um animal selvagem que aprendia a viver socialmente ao observar o funcionamento das instituições e o comportamento alheio. No entanto, ambos estudiosos afirmavam que todo indivíduo possuía desejos próprios que o distinguiam dos demais indivíduos. E, portanto, Alex, no final do filme, não nos surpreende ao nos reafirmar os seus desejos primitivos.